top of page

Algarve teme contaminação dos aquíferos com a exploração do petróleo em terra

Os contratos assinados com a empresa Portfuel (Petróleos e Gás de Portugal], do empresário Sousa Cintra, a duas semanas do final do mandato do anterior Governo é um dos casos mais polémicos. O empresário algarvio adquiriu o direito de pesquisa e exploração numa faixa, em terra, de Aljezur a Tavira, podendo recorrer ao francking (fractura hidráulica), um método não convencional. “Vai usar mais de 750 produtos químicos, oito dos quais comprovadamente suceptíveis de causar o cancro”. A advertência, feita por João Lavinha, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, lançou uma nova “faísca” na discussão que se arrasta há meses. Citando estudos publicados por entidades estrangeiras, o especialista em genética humana assegurou: “A contaminação das águas é um dos perigos mais óbvios”. Cada perfuração, explicou, vai originar milhares de metros cúbicos de águas residuais, cujo tratamento não descarta riscos para a saúde pública. Por outro lado, adiantou, “seguramente haverá fugas de metano, um gás com efeito de estufa muito superior ao dióxido de carbono”.

O presidente da associação ambientalista Zero, Francisco Ferreira, sublinhou a necessidade da participação publica neste processo, citando uma lei de 1994. “Terá de haver Avaliação de Impacto Ambiental, mesma na fase de pesquisa”, afirmou. Da mesma organização, Júlia Seixas acusou o governo de estar a seguir uma política “desalinhada com o resto da Europa”. Sobre os aspectos “positivos” que poderão advir com a introdução desta indústria, lembrou que a imagem de “excelência ambiental” que a região promove, ligada ao turismo e à pesca artesanal, tem um benefício superior aos expectáveis lucros do petróleo. “Não ficaríamos confortáveis escolher uma praia, com uma exploração petrolífera ao largo”.

O auditório da Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve, onde decorreu o encontro, ficou com muitas cadeiras vazias, a aguardar pelas forças vivas da região, que não compareceram. “Impactos económicos sociais e ambientais da exploração de hidrocarbonetos no Algarve do séc. XXI” foi tema do seminário, para o qual foram convidados todos os deputados eleitos pelo distrito de Faro e presidentes de câmara. “Não tive resposta”, disse Eglantina Monteiro, moderada do encontro, adiantando que apenas o deputado comunista Paulo Sá respondeu, fazendo-se representar. 

O presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve – Amal, Jorge Botelho (também presidente da câmara de Tavira, PS), anunciara há meses que iria avançar com uma acção contra o Governo, mas ficou-se pela intenção. Carmo Afonso sugeriu aos presentes que poderiam avançar com um Acção Popular, alegando que os contratos “violam uma série de directivas comunitárias”. Desde logo, enumerou a ausência de debate público.

É importante manejar e monotorizar corretamente os sub-produtos de nossa vida quotidiana evitando a contaminação de aquíferos pois causam implicações para qualidade ambiental. Daí que é necessária a intervenção dos agentes protetores do ambiente face a estes problemas. Infelizmente, como refere o texto "ficou com muitas cadeiras vazias, a aguardar pelas forças vivas da região" verificamos que as organizações que deviam proteger o ambiente não comparecem quando são discutidas estas questões.

Instalações industriais e comerciais mal planeadas constituem adicional risco especialmente em zonas urbanas. A animação a seguir feita por pesquisadores do projeto REMAS ilustra como ocorre o fracionamento e a dispersão de compostos orgânicos tóxicos em um posto de gasolina mal manejado BETEX designa a mistura de hidrocarnetos policíclicos aromáticos benzeno, tolueno, etil-benzeno e xilenos como mostrado no vídeo abaixo:

​Vídeo 1 - Vídeo publicado por abutua com o propósito de apelar e sensibilizar a sociedade sobre os riscos de contaminação das águas. 

© 2023 por Você&A. Orgulhosamente criado por Wix.com

bottom of page