top of page

Crescimento, Renovação celular e Reprodução

DNA 

As células são unidades estruturais e funcionais dos organismos. Utilizando o seu programa genético, produzem moléculas específicos que permitem o crescimento e renovação celular.  As células possuem processos de síntese que asseguram o seu crescimento. A descoberta da estrutura e funções da célula acabou por levar à confrontação com o DNA, molécula central da vida. Resolver o problema da química e estrutura do DNA, descobrir como ele se replica e coordena  a actividade celular trouxe ao nosso conhecimento um novo elo entre todos os seres vivos. Através da mitose, as células têm a possibilidade de originar novas células idênticas à inicial. O crescimento dos organismos e a regeneração dos tecidos têm por base processos de mitose. A diferenciação torna as células especializadas nas funções que desempenham, de tal modo que a própria capacidade de divisão celular pode ficar comprometida.

Um pouco de história!
Nos finais do século  XIX, Miescher, ao estudar leucócitos, isolou uma substância de elevado peso molecular a que chamou nucleína.
Mais tarde foi designado de ácido  desoxirrinucleico.
Esta macromolecula foi ignorada durante muito tempo, pois os cientistas da altura julgavam que as proteínas nucleares eram as portadoras da informação genética. O ADN era aparentemente muito simples para explicar as diferenças entre os organismos.
Foi apenas na década de 40 do século XX que o ADN foi reconhecido como a molécula responsável por conter ae passar a informação genética.

Localização  do material genético

No caso das células procarióticas o material genético encontra-se espalhado no citoplasma da célula, denominando-se nucleóide. Nas células eucariótica existe uma compartimentação membranar, estando a quase totalidade do material genético confinado ao núcleo. O núcleo possui duas membranas, membrana nuclear interna e membrana nuclear externa, que constituem o involucro nuclear, com inúmeros poros nucleares que permitem a comunicação entre o interior e o exterior do núcleo e citoplasma. No interior, o núcleo contém o nucleoplasma, onde se encontram os cromossomas, massas de material facilmente corável, constituídos por filamentos de DNA e proteínas. No núcleo pode ainda existir um ou mais nucléolos, estruturas em cuja constituição entram ácidos nucleicos e proteínas. Um cromossoma (unidade morfológica e fisiológica da cromatina) é constituído por dois cromatídios unidos por um centrómero.

  Imagem 1: Localização do DNA numa célula eucariótica.

                 Fonte: http://www.prof2000.pt/users/ccaf/exercicios/genetica/

                 genetica_conceitos.htm, visualizado a 23/10/2015 às 18:46h

A proposta de um modelo em dupla hélice para a estrutura de DNA foi feita por Watson e Crick em 1953.O DNA é constituído por duas cadeias polinucleotídicas ligadas através de pontes de hidrogénio entre uma base azotada de um nucleótido de uma cadeia e a base azotada do nucleótido da cadeia oposta. Uma adenina (A) liga-se a uma timina (T) e uma guanina (G) liga-se a uma citosina (C).A molécula de DNA é formada por diferentes tipos de nucleótidos. Cada nucleótido é constituído por três componentes: um grupo fosfato, uma pentose e uma base azotada.
Os nucleótidos têm designações de acordo com as bases azotadas que entram na sua constituição. Por reacções de condensação, os nucleótidos podem ligar-se sequencialmente e formar uma cadeia polinucleotídica. Cada novo nucleótido liga-se pelo grupo fosfato ao carbono 3’ da pentose do último nucleótico da cadeia, repetindo-se o processo na direcção 5’ para 3’ (pois as cadeias sao anti-paralelas, como representa a figura à direita). Deste modo, ao último nucleótido que tem o carbono 3’ com o grupo OH livre, pode ligar-se um novo nucleótido pelo grupo fosfato. Os constituintes identificados em cada nucleótido são: um grupo fosfato, que confere à molécula as características ácidas, um açúcar com cinco átomos de carbono, a desoxirribose, uma base azotada, das quatro bases azotadas que podem encontrar-se, a timina e a citosina têm anel simples (pirimídicas) e a adenina e guanina têm anel duplo (púricas). A sequência de nucleótidos numa cadeia de DNA é muito importante, pois é nessa sequencia que está codificada a informação genética que define as características de cada individuo.A estrutura do DNA é universal no mundo. Para podermos distinguir cada individuo temos de analisar os genes (segmentos de DNA com uma sequência nucleotìdica própria que contém determinada informação). O número e a sequência de nucleótidos diferem de gene para gene. É a sequência de nucleótidos que transporta a mensagem genética. Embora existam apenas quatro nucleótidos diferentes, cada um pode estar presente inúmeras vezes com diferentes sequências, sendo possível uma grande diversidade de moléculas de DNA. A totalidade de DNA contido numa célula constitui o genoma de um organismo e os benefícios do seu conhecimento são inquestionáveis.

Imagem 2: Esquema de uma molécula de ADN, onde podemos observar a complementariedade entre a timina e a adenina (2 ligações de hidrogénio)e entre a guanina e a citosina (3 ligações de hidrogénio). Podendo observar tambem o anti-paralelismo da molécula (à extremidade 3’ livre de uma cadeia corresponde a extremidade 5’ da outra).   Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cido_desoxirribonucleico, visualizado a 25/10/2015 às 12:52

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Replicação  do DNA

O DNA tem a necessidade de se auto-reproduzir, fazendo cópias da sua informação genética, de maneira a transmiti-la de geração em geração. Na replicação do DNA ocorre:
        1. O desenrolamento do DNA.
        2. O rompimento, por acção das enzimas, das pontes de hidrogénio entre as bases complementares.
        3. A incorporação de nucleótidos que se encontravam livres no meio, por complementaridade, com formação de duas novas cadeias.

Video 1: Através deste video conseguimos obter uma melhor perceção e visualização de como ocorre a replicação do DNA.  Constatando que as novas cadeias que se formam são complementares das cadeias originais, sendo cada uma antiparalela em relação à que lhe serve de molde.

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=pin3569QfgI visualizado a 26/10/2015 21:58h

Experiência  de  Meselson e Stahl

Na segunda metade do séc.XX surgiram três modelos que tentaram explicar o mecanismo da replicação: modelo conservativo, semiconservativo e dispersivo. 

modelo conservativo admitia que a molécula de DNA original apenas servia de molde para a formação de moléculas novas, que seriam formadas por duas novas cadeias de nucleótidos.
modelo semiconservativo admitia que cada molécula nova de DNA seria formada por uma cadeia da molécula original e uma nova.
O modelo dispersivo admitia que cada molécula-filha seria formada por porções da molécula original e por regiões sintetizadas de novo, a partir de nucleótidos presentes na célula.

Meselson e Stahl levaram a cabo experiências que vieram apoiar o modelo semiconservativo.

 

Na primeira experiência cultivaram bactérias (Escherichia coli) em meios de cultura diferentes: um contendo um isótopo pesado de azoto (15N) e outro contendo azoto normal (14N). Verificaram que as bactérias cultivadas em 15N incorporam esse azoto nos seus nucleótidos formando um DNA com maior densidade, que se deposita mais próximo do fundo do tubo.

Na segunda experiência cultivaram novamente bactérias Escherichia coli num meio de cultura com 15N. Após várias gerações de bactérias se terem desenvolvido no meio com azoto pesado, foram transferidas para um meio de cultura com azoto normal (14N). Verificou-se que as bactérias com azoto pesado utilizaram o azoto normal para produzirem novas cadeias de DNA. Assim, na primeira geração, cada molécula de DNA apresentou uma cadeia de nucleótidos com 15N (que provinha da geração parental) e outra com 14N (formada com nucleótidos que incorporaram o azoto presente no meio). Desta forma as moléculas de DNA apresentaram uma densidade intermédia entre DNA com 15N e DNA com 14N. Numa segunda geração verificou-se que há 50% de moléculas de DNA de densidade normal e 50% de densidade maior. Numa terceira geração verificou-se que existia 75% moléculas de DNA com densidade normal, e apenas 15% de densidade maior.

Imagem 3: Exemplificação da experiência de Meselson e Stahl.

Fonte: http://www.biomol.org/historia/replisemicon.shtml, visualizado a 01/11/2015

Apenas a hipótese semiconservativa do DNA prevê e justifica estes resultados. É designada de replicação semiconservativa porque no final deste processo obtém-se duas moléculas de DNA exactamente iguais, com os nucleótidos dispostos na mesma sequência em que estavam dispostos na molécula original, e cada uma das moléculas fica com uma das cadeias da molécula original que lhes serviu de molde.

Conclusão

 Fontes bibliográficas : 

Tema: Localização do material genético, acedido no dia 1 de Outubro de 2015, pelas 16 horas    em https://pt.wikibooks.org/wiki/Introdu%C3%A7%C3%A3o_%C3%A0_Biologia/Gen%C3%A9tica/Organiza%C3%A7%C3%A3o_estrutural_do_material_gen%C3%A9tico

Tema: DNA, acedido no dia 1 de Outubro de 2015, pelas 15:22 horas, em http://es.wikipedia.org/wiki/DNA

Tema: Replicação do DNA, acedido no dia 31 de Novembro de 2015, pelas 13:52 horas, em http://www.qieducacao.com/2011/04/replicacao-transcricao-e-traducao.html

Tema: Experiência de Meselson e Stahl, acedido no dia 31 de Outubro de 2015, pelas 17:40 horas, em http://www.biomol.org/historia/replisemicon.shtml

 

___________________________________________________________________________________________________

RNA  - Ácido Ribonucleico

 O RNA tem uma constituição semelhante ao do DNA ( diferenças expecificadas na tabela em baixo), diferenciando na pentose que é a ribose e uma base azotada que só existe no RNA, o uracilo, substituindo a timina. De resto é constituído pelo grupo fosfato e outras 3 bases. O ácido ribonucleico apresenta moléculas de dimensões muito inferiores às dimensões das moléculas de DNA. 

Imagem 4: Principais diferenças entre DNA e RNA 

Fonte: http://bio-logia1.blogspot.pt/2008/07/gentica.html visualizado a 05/11/2015 às 22:47

Existem três tipos de RNA:

 

RNAm (RNA mensageiro)- que transporta a mensagem do DNA do núcleo para o citoplasma;

RNAt(RNA de transferência)- que transporta os aminoácidos para junto dos ribossomas;

RNAr (RNA ribossómico) - uma molécula larga e dobrada que, juntamente com algumas proteínas, forma o ribossoma.

Síntese proteica

A célula necessita de proteínas, pois são estas que determinam a forma, estrutura e a própria actividade celular.
A função das proteínas depende da sua esrutura, ou seja, é determinada por uma determinada sequência de aminoácidos.
Quem contém a informação para especificar a sequência de aminoácidos das proteínas é a sequência de nucleótidos do DNA.

Obviamente que existe um sistema de correspondência entre a “linguagem do DNA” e a “linguagem das proteínas”.
Essa linguagem é denominada de código genético. (ver figura à esquerda)
Cada aminoácido é codificado por um conjunto de três nucleótidos – chama-se tripleto de nucleótidos ou codão.
A síntese das proteínas,ocorre no citoplasma da célula, ao nível dos ribossomas.

Imagem 6 - Código genético Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/biologiaunidade5dna.html visualizado 15/11/2015 às 13:40

O Dogma da biologia molecular

 

O Dogma propõe que existe uma unidirecionalidade na informação contida nos genes em que esta informação genética é perpetuada através da replicação do DNA e é traduzida através de dois processos:


-A transcrição que converte a informação do DNA em uma forma mais acessível (uma fita de RNA complementar);

-A tradução que converte a informação contida no RNA em proteínas.

 

Este dogma foi proposto pela primeira vez pelo Francis Crick, em 1958.

 

 

 

O mRNA forma-se no núcleo a partir da informação contida no DNA e por complementaridade,é a este processo que se dá o nome de Transcrição.  Neste processo, as cadeias do DNA separam-se e uma serve de molde para o RNA, enquanto a outra fica inativa. Ao fim da transcrição, as cadeias que foram separadas voltam a unir-se.

Para que ocorra a transcrição é necessário a ação de uma enzima que catalisa o processo, a RNA polimerase.

O mRNA, formada a partir do molde de uma das cadeias do DNA, é polimerizado no sentido 5´-3´e as bases ligam-se por complementaridade (a Timina é substituída pelo uracilo e liga-se à Adenina).

A Transcrição inicia-se numa sequência especial quando a DNA polimerase se liga a uma das extremidades do DNA designada por PROMOTOR (zona inicial do gene) . Neste local, existe um sítio de iniciação, com a primeira base a ter transcrita. O processo é iniciado quando a polimerase do DNA se liga a uma das extremidades do DNA.

 

ETAPAS

 

1 – Reconhecimento da cadeia molde de DNA

O DNA e as polimerases do RNA (enzimas catalisadoras da reação) estão livres na célula e podem se encontrar ao acaso, porém a transcrição só tem início quando a enzima encontra e liga-se fortemente ao sítio promotor. Quando isso acontece, a dupla-hélice é desenrolada e as fitas são separadas.

2 – Início da transcrição

A RNA polimerase ligada à região promotora inicia o processo de transcrição,  promove a separação pontual das cadeias e inicia-se a transcrição da informação, formação do RNA a partir de nucleótidos livres na célula e faz-se sempre na direção 5´-3´.

3 – Alongamento

 

À medida que vai sendo fabricado o RNA mensageiro, liberta-se da cadeia-molde de DNA e o DNA já transcrito enrola-se quase imediatamente, voltando ao seu estado inicial (dupla hélice). A este processo, dá-se o nome de Elongação

curiosidade: A cadeia de RNA produzida é simples e livre. Cerca de 40 nucleótidos podem ser produzidos por segundo, a uma temperatura de 37ºC em bactérias.

4 – Finalização

 

O RNA polimerase percorre a cadeia e  transcreve o DNA em RNA até encontrar a sequência de término, que contém bases específicas que determinam o fim da transcrição. 
Quando a RNA polimerase encontra a sequência de terminação, o RNA para de ser transcrito. A partir desse momento, nenhuma outra base azotada é incorporada ao RNA. Neste momento, liberta-se uma molécula de RNA e imediatamente a molécula de DNA se enrola completamente. A sequência de DNA que contém os genes sinalizadores do término é chamada de região terminação.

As características do código genético:


-Universalidade: cada codão tem a mesma função em quase todos os seres vivos.
-Redundância: vários codões podem codificar o mesmo aminoácido (por exemplo: GUU, GUC, GUA e GUG codificam a valina).
-Não ambiguidade a um codão corresponde apenas um aminoácido, ou seja, não há aminoácidos diferentes codificados pelo mesmo codão.

-Codão de iniciação: O codão AUG, que codifica o aminoácido metionina, é também o responsável pelo início da tradução, sendo denominado por codão de iniciação.
 -Codões de finalização: Os codões UAA, UAG e UGA são de finalização (ou stop), pois quando o complexo de tradução alcança estes codões a tradução é interrompida e a proteína formada é libertada. Estes codões não codificam para nenhum aminoácido.
 -Especificidade dos nucleótidos: O terceiro nucleótido de cada codão é menos específico que os dois primeiros.

Imagem 7: Ilustração da transcrição Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/biologiaunidade5dna.html visualizado a 15/11/2015 às 14:43

Etapas da Tradução

 

INICIAÇÃO

 

1- o mRNA liga-se à subunidade menor do ribossoma no codão iniciador (AUG) com o anticodão do tRNA (UAC- metionina - quase todos os peptídeos começam pela metionina). A subunidade maior (ou grande), liga-se com a subunidade menor (ou pequena)- o ribossoma está funcional.

 

ALONGAMENTO

 

2- Na subunidade maior existem dois locais importantes na síntese de proteínas; o local P onde o tRNA se encontra ligado à metionina; o local A, onde o tRNA seguinte se liga ao codão complementar seguinte e o local E que corresponde ao local da saída do tRNA.

O anticodão seguinte, que transporta o segundo a.a. liga-se por complementaridade ao segundo codão e a metionina estabelece-se a primeira ligação peptídica com este. O ribossoma avança 3 bases e repete-se todo o processo ao longo do mRNA até se sintetizar a proteína.

 

FINALIZAÇÃO

3- Quando o ribossoma chega ao codão de finalização (de terminação, ou stop) e por complementaridade o reconhece, termina a síntese proteica. Os codões de terminação (UGA, UAG ou UAA), não têm no tRNA correspondentes e por isso a síntese termina. A cadeia polipeptídica (proteína) desprende-se e as subunidades ribossómicas podem ser utilizadas de novo.

A mesma molécula de mRNA pode ser traduzida por mais que um ribossoma levando à formação de mais que uma proteína igual.

Video 2: Video publicado por Biologia, visualizado a 15/11/2015 às 15:10. Com este video temos uma melhor visualização da síntese proteíca. 

Fontes bibliográficas : 

Tema: Código genético, acedido no dia 1 de Novembro de 2015, pelas 16 horas  em https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%B3digo_gen%C3%A9tico

Tema: RNA, acedido no dia 4 de Novembro de 2015, pelas 15:22 horas, em http://es.wikipedia.org/wiki/RNA

Tema: Sintese proteic, acedido no dia 15 de Novembro de 2015, pelas 13:52 horas, em http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/biologia.html

Tema: Transcrição, acedido no dia 15 de Novembro de 2015, pelas 17:40 horas, em http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia2/AcNucleico5.php

 

_______________________________________________________________________________________________

Alteração do material genético Em todos os organismos, a informação genética está codificada na sequência de nucleótidos dos genes. Mas o material não permanece imutável, pode, em situações diversas, ser modificado. As alterações na sequência nucleótidica do DNA têm o nome de mutações e os indivíduos que a manifestam dizem-se mutantes.

Uma alteração na sequência de bases na molécula de DNA pode conduzir a mudanças, na proteína sintetizada. Se essa proteína assegura uma função-chave no organismo, a realização desta função pode ser muito afetada. No caso da drepanocitose, o gene da molécula de DNA que determina a síntese da cadeia beta da hemoglobina foi modificado num ponto preciso, passando a existir outra forma desse gene. Ocorreu então uma mutação genética.

Se a alteração ocorrer ao nível dos cromossomas intervindo só no número e na estrutura é uma mutação cromossómica. Quando as alterações ocorrem ao nível dos gâmetas, mutações germinais, pode ser transmitida á geração seguinte. Se as alterações ocorrerem noutro tipo de célula então são mutações somáticas, ou seja, não são transmissíveis à descendência.

Factores que favorecem o aparecimento de mutações: exposição a raios X, ultravioleta e gama. calor excessivo. alterações ambientais. corantes alimentares. As mutações podem por vezes ser a chave para a evolução da espécie.

Alteração do material genético

Imagem 8: Vários tipos de mutações. 

Fonte: https://mutacaogenica.wordpress.com/2010/05/17/tipos-de-mutacao/ visualizado a 16/11/2015 às 16:39

Ciclo celular 

O ciclo celular corresponde ao conjunto de transformações que ocorre desde que uma célula é formada até ao momento em que ela se divide, originando duas células-filhas. Este é um processo dinâmico e contínuo. Podem considerar-se, no ciclo celular, duas fases que, por sua vez, se dividem em etapas diferentes: a interfase e a fase mitótica.

 

Intervalo G1 ou pós-mitótico - Crescimento celular e formação de organelos – Decorre entre o fim da mitose e o início da replicação de DNA. A actividade biossintética é intensa, especialmente de proteínas, enzimas e RNA. Há, também, a formação de organelos celulares. Após esta etapa, as células podem prosseguir para a fase S do ciclo ou entrar na fase G0 (estádio no qual as células continuam metabolicamente activas, mas não se dividem).

Período S ou período de síntese de DNA – Replicação do DNA com duplicação dos cromossomas – Ocorre a replicação do DNA da célula. Às novas moléculas de DNA associam-se proteínas e cada cromossoma passa a ser constituído por dois cromatídeos.

Intervalo G2 ou pré-mitótico – Crescimento celular – Decorre entre o fim da replicação do DNA e o início da mitose. Dá-se a síntese de moléculas necessárias à divisão celular e também de outros constituintes celulares. O volume da célula praticamente duplica. 

 

Fase mitótica (Fase M):O conteúdo celular, duplicado durante a interfase, é repartido pelas células-filhas. Esta fase inclui a divisão do núcleo e a divisão do citoplasma. Na fase mitótica consideram-se duas etapas: Mitose ou cariocinese – Divisão do núcleo – é o conjunto de transformações que levam à divisão do núcleo das células eucarióticas. Apesar de este processo ser contínuo, isto é, uma vez iniciado não sofre pausas, nele distinguem-se, convencionalmente, quatro subfases: profase, metafase, anafase e telofase.

Profase: É, geralmente, a fase mais longa da mitose. Os cromossomas, constituídos por dois cromatídeos unidos por um centrómero, condensam gradualmente, tornando-se mais curtos e espessos. Os centrossomas da célula começam a deslocar-se para pólos opostos e forma-se, entre eles, o fuso acromático ou mitótico, constituído por feixes de microtúbulos proteicos que se agregam, formando fibrilas. O invólucro nuclear desagrega-se.

Metafase: os cromossomas atingem o seu estado de condensação máximo e dispõem-se no plano equatorial (plano equidistante aos pólos da célula), com os “braços” para fora, constituindo a placa equatorial e estando prontos para se dividirem. Os centrossomas atingem os pólos das células. O desenvolvimento do fuso acromático completa-se, havendo fibrilas ligadas aos cromossomas e outras unindo os dois pólos.

Anafase: Os dois cromatídeos de cada cromossoma separam-se, passando a constituir cromossomas independentes. As fibrilas que se encontram ligadas aos cromossomas encurtam e os cromossomas afastam-se em direcção aos pólos – a este processo dá-se o nome de ascensão polar. No final da anafase, existe, em cada pólo, um conjunto idêntico de cromossomas. Telofase: é o estado final da mitose. A membrana nuclear reorganiza-se em torno dos cromossomas nos dois pólos da célula e os nucléolos reaparecem. Dá-se a dissolução do fuso acromático. Os cromossomas descondensam, tornando-se menos visíveis. A célula passa a ser constituída por dois núcleos.

Citocinese – Divisão do citoplasma – Durante a anafase e a telofase, nos animais, forma-se na zona do plano equatorial um anel contráctil de filamentos proteicos. Estes contraem-se e puxam a membrana para dentro, causando um sulco de clivagem que vai estrangulando o citoplasma, até se separarem as duas células filhas.

Video 3 - Video publicado por Biologia Celular e Molecular UFF Nova Friburgo visualizado a 19/11/2015 às 16:48. ESte video da-nos uma melhor perseção sobre o ciclo celular nas células.

No video anterior tambem mostrava as fases reguladoras da mitose, que ocorrem em 3 fases:

 

Na fase G1

Os Mecanismos de regulação fazem como que uma “avaliação interna” do estado da célula, caso seja negativa a célula fica em estado denominado G0, até serem estimuladas para passarem para a fase G1.

Se na fase G1 a molécula de DNA não se apresentar de forma adequada ira ocorrer a Morte Celular por Apoptose.

O que é a Apoptose?

A apoptose é um processo em que se verifica o “suicídio da célula”, visto esta não estar em condições para se dividir torna-se inútil e portanto ocorre a morte da mesma. A célula quando entra em Apoptose verifica-se o colapso do núcleo, fragmentação do material genético e a posterior fragilização da membrana.

 

Na fase G2

Os mecanismo de controlo avaliam se a replicação conservativa do DNA ocorreu correctamente, caso haja algum dano na molécula de DNA,o ciclo é  interrompido

 

Na Mitose

Na Mitose existem mecanismo de regulação que analisam se a repartição dos cromossomas, decorridos na anafáse, ocorreu de maneira equitativa. Caso contrario o ciclo é interrompido.

 

Se os Mecanismos de Regulação não falhassem não existiriam certas doenças.

Na divisão celular os mecanismos de regulação actuam de modo a que todo este processo decorra normalmente, mas o que se verifica é que em certas anomalias decorrentes da divisão celular os mecanismo de regulação falham, ou seja não actuam de modo a “corrigir” essa anomalia. Tal situação se traduz em futuras doenças, como por exemplo, o cancro.

O cancro é o produto de uma falha dos mecanismo de regulação, pois as divisões celulares se decontrolam, facto que leva á origem de um tumor, que casjo seja maligno pode se espalhar para tecidos vizinhos – metastização.

 

Porque os mecanismo de regulação falham?

Os Mecanismos de regulação são influenciados pelo meio Ambiente, ou seja, a sua elevada ou reduzida eficácia na detecção de anomalias depende de moléculas exteriores. É fundamental evitar substancias químicas para a saúde visto reduzirem a probabilidade da actuação dos mecanismo de regulação, como por exemplo os poluentes, corantes, o fumo do tabaco e outros.

Por isso que os fumadores têm maior probabilidade de ter um cancro visto estarem sempre em contacto com substancias químicas. Da mesma maneira se fala muito para nunca estar em contacto com o Sol, devido ás radiações do mesmo, pois estas danificam o DNA. E se os mecanismo de regulação falharem podem ter, por exemplo, cancro de pele.

Reprodução assexuada

Reprodução assexuada

 

Os descendentes são originados a partir de um único progenitor. Na maioria das situações, os descendentes são clones do progenitor, uma vez que são geneticamente iguais a ele, pois tem por base o processo de mitose. É característico dos organismos unicelulares, embora também ocorra em alguns organismos multicelulares. No quadro abaixo estarão alguns exemplos de reprodução assexuada:

Imagem 9 - Quadro de exemplos de reprodução assexuada. Fonte: http://www.netxplica.com/2015/disciplinas/biologiageologia1011/bio11_03.html visualizado a 23/11/2015 às 12:06

Fonte bibliográfica:

Tema: Ciclo celular, acedido no dia 22 de Novembro de 2015, pelas 15:14 horas  em http://www.netxplica.com/2015/disciplinas/biologiageologia1011/bio11_03.html

Tema: Mitose, acedido no dia 23 de Novembro de 2015, pelas 15:59 horas, em http://www.coladaweb.com/biologia/biologia-celular/mitose-e-meiose

Tema: Reprodução assexuada, acedido no dia 23 de Novembro de 2015, pelas 12:13 horas, em http://armazemresumostk.webcindario.com/11ano/reproducaofranciscocubal.pdf

_______________________________________________________________________________________________

Tal como na mitose, antes da meiose ocorre um período de interfase, durante o qual há replicação do material genético e síntese de biomoléculas. A divisão I da meiose é constituída pelas seguintes etapas: prófase I, metáfase I, anáfase I e

telófase I. Nesta divisão há redução para metade do número de cromossomas, uma vez que uma célula diplóide, com 2n cromossomas, por divisão, origina duas células - filhas haplóides, com n cromossomas. Por haver redução de 2n para n cromossomas, a divisão I da meiose é denominada por divisão reducional.

À divisão I da meiose segue-se, em geral, a citocinese, que no caso das células animais é visível com o aparecimento de um anel contráctil na zona equatorial, ainda durante a telófase l. Permite a individualização de cada uma das células-filhas.

Entre a divisão I e a divisão II da meiose não vai ocorrer replicação do DNA, porque cada cromossoma já é constituído por dois cromatídios.

A partir de cada uma das células haplóides formadas na divisão I vão-se formar duas células- filhas na divisão II da meiose. Esta inclui as seguintes fases: prófase II, metáfase II, anáfase II e telófase II. As células-filhas são haplóides, divergindo das que lhe deram origem, pelo facto de apresentarem cromossomas com apenas um cromatídio. Como não há redução no número de cromossomas mas apenas a separação dos cromatídios de um mesmo cromossoma, a divisão II da meiose é denominada de divisão equacional.

A citocinese vai ocorrer novamente, permitindo a individualização das quatro células-filhas recém-formadas.

Na meiose existem estádios idênticos aos da mitose, principalmente ao nível da divisão II.

Reprodução Sexuada - Meiose

Video 4 - Visualização da meiose dentro da célula humana. Publicado por Gustavo Rassati, visualizado a 23/11/2015 às 12:47.

Ciclo de vida de um briófito

Video 5 - Com este video publicado por leleferraz94 compreendemos melhor um ciclo de vida de um briófito. E apercebemonos que estes têm um ciclo haplonte, pois a maior parte do seu ciclo de vida descorre em células haploídes. Visualizado a 26/11/2015 às 15:42.

Fontes Bibliográficas: 

Tema: Reprodução sexuada, acedido no dia 23 de Novembro de 2015, pelas 15:14 horas em  http://www.sobiologia.com.br/conteudos/embriologia/reproducao2.php

Tema: Meiose, acedido no dia 26 de Novembro de 2015, pelas 15:56horas em http://www.infoescola.com/citologia/meiose/

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

                 Evolução biológica

Origem dos seres eucariontes

Dois modelos permitem explicar a origem das células eucarióticas:

Modelo Autogénico: o sistema endomembranar das células eucarióticas terá evoluído a partir de invaginações especializadas da membrana citoplasmática de células procarióticas. Este modelo é apoiado pelo facto de a face da membrana voltada para o interior dos compartimentos intracelulares ser semelhante à face externa da membrana citoplasmática e vice-versa.

Modelo Endossimbiótico: as células eucarióticas são o resultado da associação simbiótica de vários ancestrais procarióticos. Este modelo defende que o sistema endomembranar ter-se-á originado por invaginações da membrana citoplasmática e que as mitocôndrias e cloroplastos se desenvolveram a partir de células procarióticas que estabeleceram uma relalção de endossimbiose com células hospedeiras de maiores dimensões, passando a viver dentro delas. Os ancestrais das mitocôndrias seriam procariontes heterotróficos aeróbios e os ancestrais dos cloroplastos seriam procariontes fotossintéticos.

 

->Vantagens da associação da célula hospedeira, anaeróbia e heterotrófica, com os ancestrais das mitocôndrias e dos cloroplastos:

 1.Uma maior capacidade de metabolismo aeróbio, num ambiente com a concentração de oxigénio livre a aumentar.

 2.Uma maior facilidade em obter nutrientes, produzidos pelo endossimbionte autotrófico.

 

A interdependência entre o hospedeiro e o endossimbionte terá levado à formação de um único organismo.

Mitocôndrias e cloroplastos assemelham-se a bactérias, quer na forma, quer no tamanho quer nas estruturas membranares.

 Ambos produzem as suas próprias membranas internas. Dividem-se independentemente da célula e contêm DNA em moléculas circulares, não associadas a proteínas.

Os ribossomas dos cloroplastos e das mitocôndrias são mais semelhantes aos dos procariontes em características bioquímicas e tamanho.

Mecanismos de evolução: fixismo vs evolucionismo

 

Fixismo: considera que as diferentes espécies de seres vivos são permanentes, perfeitas e imutáveis e que foram originadas independentemente umas das outras.

 Evolucionismo: defende que os seres vivos que existem, actualmente, na Terra são o resultado da modificação de seres vivos que existiram no passado. As espécies de seres vivos relacionam-se umas com as outras e alteram-se ao longo do tempo.

 

Teorias fixistas:

 

 -->Criacionismo: explicação fixista para a origem das espécies baseada, essencialmente, nas escrituras e que defende que os seres vivos foram criados por Deus, na sua forma definitiva, e não mais se modificaram.

 -->Geração espontânea: considera que todos os seres vivos se originam a partir de matéria inerte, em certas condições especiais, por acção de um princípio activo.

 

Teorias evolucionistas:

 

-->Lamarckismo

 

Lamarck sustentou que a progressão dos organismos era guiada pelo meio ambiente: se o ambiente sofre modificações, os organismos procuram adaptar-se a ele. Nesse processo de adaptação, um ou mais órgãos são mais usados do que outros. O uso ou o desuso dos diferentes órgãos alterariam características do corpo, e estas características seriam transmitidas para as próximas gerações. Assim, ao longo do tempo os organismos se modificariam, podendo dar origem as novas espécies.

Segundo Lamarck, portanto, o princípio evolutivo estaria baseado em duas leis fundamentais:

1.Lei do uso ou desuso: no processo de adaptação ao meio, o uso de determinadas partes do corpo do organismo faz com que elas se desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem;

2.Lei da transmissão dos caracteres adquiridos: alterações no corpo do organismo provocadas pelo uso ou desuso são transmitidas aos descendentes.

Imagem 10 - Um exemplo clássico da lei do uso e do desuso é o crescimento do pescoço da girafa. Segundo Lamarck: Devido ao esforço da girafa para comer as folhas das arvores mais altas o pescoço do mesmo acabou crescendo.

Fonte https://biofosil.wordpress.com/teorias-de-la-evolucion/teoria-de-los-caracteres-adquiridos-lamarckismo/ visualizado a 26/11/2015 às 16:54.

-->Darwinismo

 

O evolucionismo impôs-se no mundo científico graças a Charles Darwin. A viagem que Darwin efectuou às ilhas Galápagos permitiu-lhe recolher grande quantidade de dados que lhe forneceu material de trabalho para bastantes anos. Além desses dados, Darwin também se inspirou nos trabalhos de Lyell, de Malthus e nos seus pombos-correios. As bases da teoria de Darwin:

- Os seres vivos da mesma espécie apresentam diferenças entre si, variabilidade de características.

- As populações crescem segundo uma progressão geométrica e os descendentes são em maior número do que os que sobrevivem.

 - Estabelece-se entre indivíduos de uma mesma população uma "luta pela sobrevivência", devido a vários factores do meio, como seja a competição pelo alimento, pelo refúgio, pelo seu habitat, pela fuga aos predadores, etc. um número de indivíduos é eliminado.

- Os indivíduos que sobrevivem apresentam mais características favoráveis que lhes confere vantagens relativamente aos outros, que vão sendo eliminados. Ao longo das gerações sobrevivem os mais aptos.

-Os mais aptos vivem mais tempo e reproduzem-se mais, transmitindo as suas características aos seus descendentes, havendo uma reprodução diferencial.

- A reprodução diferencial permite ao longo do tempo a transformação e o aparecimento de novas espécies.

Mas a teoria de Darwin apresentava várias lacunas. Embora Darwin afirma-se que havia heterogeneidade entre populações, não as conseguia explicar, nem a forma como havia transmissão das características às gerações seguintes. Ainda não havia um conhecimento da hereditariedade, só mais tarde com Gregor Mendel as lacunas puderam ser colmatadas.

Uma outra crítica prende-se com a paleontologia. Darwin considera a existência de uma evolução lenta e gradual, o que contraria o registo fóssil que evidencia alguns momentos de evolução rápida e a falta de fósseis de transição.

Imagem 11 - Através deste esquema podemos identificar as diferenças entre o Lamarckismo e o Darwinismo. E concluimos que Lamarck admitia que a ocorrência de modificações ambientais, obrigaria a que as girafas se esticassem para atingir os ramos mais altos (lei do uso), o que levaria ao desenvolvimento do pescoço, e esta característica iria ser transmitida aos seus descendentes que iriam ter pescoços mais compridos.Darwin admitia que existiam na população, girafas com pescoços mais compridos que outras (variações morfológicas nas populações). A escassez de alimento terá levado à diminuição da vegetação rasteira e só as que tivessem o pescoço mais comprido conseguiam alimentar-se mais e reproduzir-se mais (mais aptas).  

Assim, a seleção natural fez aumentar o número de girafas de pescoço comprido.

Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/biologiaunidade7darwin.html visualizado a 26/11/2015 às 17:20.

A teoria sintética da evolução ou o neodarwinismo

 

Na década de 1930 a 1940, os novos conhecimentos de genética, vieram juntar-se ao Darwinismo e formaram uma nova corrente de pensamento científico, mais abrangente e que explica as leis que regem o processo evolutivo de Darwin, dando resposta a alguns processos, como a transmissão dos caracteres,  que Darwin não conseguiu dar resposta . Esta nova teoria designa-se por neodarwinismo, ou teoria sintética da evolução.

O Neodarwinismo diz que é a seleção natural do agente principal da evolução que atua sobre a variabilidade das populações. E esta variabilidade deve-se a dois fenómenos: mutações e recombinação genética.

 

Seleção natural  - tem como princípio que os descendentes de uma espécie que sobrevivem são mais aptos, são os que herdaram a combinação genética mais favorável à sobrevivência, para um determinado ambiente.

Mutações - são alterações no genoma do indivíduo que podem levar ao aparecimento de novas características que poderão ser transmitidas às novas gerações, se estas tiverem ocorrido nas células germinativas (gametas). Explicam as variações hereditárias. As mutações são uma fonte de variabilidade genética, pois introduzem novos genes, que podem ser favoráveis ou não, no genoma da espécie.

Recombinação genética - ocorre quando na reprodução (sexuada) há mistura de genes dos diferentes indivíduos de uma população. Neste processo ocorrem novos genótipos sem que tenha havido o aparecimento de mutações.

 

Quando falamos da reprodução sexuada, vimos que há uma série de fenómenos que contribuem para a variabilidade, como seja a meiose, onde ocorre o crossing over (prófase I) e a repartição dos cromossomas homólogos (anáfase I); e na fecundação em que se fundem dois gametas ao acaso, gerados pela meiose dos seus progenitores. Por estes motivos é praticamente impossível gerar dois seres exatamente iguais vindos dos mesmos progenitores.

Cada individuo não evolui isoladamente, a unidade evolutiva é a população. Se uma população não contiver grande diversidade e se estiver muito bem adaptada às condições do ambiente, basta uma pequena alteração a essas condições e essas populações serão eliminadas. Do mesmo modo, uma população com grande diversidade terá maior probabilidade de se adaptar às mudanças. Diz-se fundo genético ao conjunto de todos os genes presentes numa população num determinado momento e a evolução corresponde à mudança deste fundo nas populações. 
 

Se uma população for muito numerosa e se todos os indivíduos dessa população tiverem a mesma probabilidade de se reproduzir e se não sofrerem mutações, migrações ou seleção natural, a probabilidade do fundo genético da população evoluir é muito reduzida. Os factores que promovem a evolução das populações são:

 

Imagem 12 - Nesta imagem podemos observar os factores que promovem a evolução das populações. Fonte: http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/images/procevl.png visualizado a 28/11/2015 às 15:57.

A deriva genética pode causar grandes perdas de variação genética em populações pequenas.
Um gargalo populacional ocorre quando o tamanho de uma população é reduzido por pelo menos uma geração. Devido ao fato de a deriva genética agir mais rapidamente para reduzir a variação genética em populações pequenas, por um “gargalo” é capaz de reduzir muito a variação, mesmo se o gargalo não durar por muitas gerações. Isso é ilustrado pelos sacos de bolinhas mostrados abaixo, onde, na geração 2, uma retirada de incomum tamanho cria um gargalo.

Variação genética reduzida significa que a população pode não ser capaz de se adaptar a novas pressões seletivas, como mudanças climáticas ou uma variação dos recursos disponíveis, porque a variação sobre a qual a seleção iria agir pode já ter desaparecido da população.

Imagem 13 - Exemplo de um factor que provome a evolução das populações, deriva genética. Neste exemplo é mostrado o efeito gargalo, o qual reduz o tamanho de uma população. Nesta imagem podemos vizualizar 4 gerações. Da geração 2 para a geração 3 houve o efeito gargalo, houve uma redução drástica do número de indivíduos, levando à extinção dos indivíduos de cor amarela, diminuindo assim a sua variabilidade genética.

Na geração 4 apenas temos indivíduos verdes e rosas. Este efeito é comumente observado em pragas e ervas daninhas. Muitas variantes genéticas desaparecem restando somente algumas delas, provavelmente porque a maioria destas mutações não são adaptativas, favorecendo apenas ao espalhamento da espécie e abrindo caminho para os mais adaptados. Fonte: http://www.ib.usp.br/evosite/evo101/IIID3Bottlenecks.shtml visualizado a 28/11/2015 às 16:15.

Elefantes marinhos do norte tem variação genética reduzida devido a um gargalo populacional que os humanos lhes infligiram  nos anos 1890. A caça reduziu o tamanho de suas populações para cerca de 20 indivíduos ao final do século 19. Suas populações já ultrapassaram 30.000 desde então – mas seus genes ainda carregam as marcas do gargalo: eles têm muito menos variação genética do que uma população de elefantes marinhos do sul que foram menos intensamente caçados.

Um pouco de história !

Críticas ao Neodarwinismo

 

A grande crítica a esta corrente prende-se pelo facto de existirem lacunas no registo fóssil que divergem da ideia de Darwin e seguidores que a evolução se dá de forma lenta e gradual. O registo fóssil sugere que há momentos na história de Tera que ocorreu grande diversificação de seres vivos intercalados por momentos mais calmos. Os registos fósseis sugerem que a grande diversificação ocorre de seguida a uma extinção em massa.

Embora não negando a importância das mutações e a seleção natural, os paleontólogos, sugerem uma nova exlicação para a evolução a que se deu o nome de Modelo dos Equilíbrios Perturbados ou Pontuados.

Os autores do modelo são os paleontólogos Niles Eldredge e Stephen Jay Gould.

Fontes Bibliográficas: 

Tema: Teoria endossimbiótica, acedido no dia 23 de Novembro de 2015, pelas 22:14 horas em http://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/biologia/teoria-endossimbiotica.htm

Tema: Teoria autossómica, acedido no dia 23 de Novembro de 2015, pelas 22:43 horas em https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_endossimbiose

Tema: Lamarckismo, acedido no dia 26 de Novembro de 2015, pelas 17:21 horas http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Evolucao/evolucao14.php

Tema: Darwinismo acedido no dia 26 de Novembro de 2015, pelas 18:09 horas em http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/darwinismo.htm

Tema: Neodarwinismo, acedido no dia 28 de Novembro de 2015, pelas 16:22 horas em  http://www.colegiovascodagama.pt/ciencias3c/onze/biologiaunidade7darwin.html

Tema: Efeito de gargalo, acedido no dia 28 de Novembro de 2015, pelas 16:22 horas em  https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_de_gargalo

Sistemas - critérios: classificação dos seres vivos 
 

Classificação dos seres vivos

As primeiras classificações do universo biológico eram artificiais, pois utilizavam critérios arbitrários que não refletiam possíveis relações de parentesco entre os seres vivos enquanto que as classificações atuais procuram analisar um grande conjunto de caracteres, tentando estabelecer relações de parentesco evolutivo entre os seres vivos. As primeiras classificações foram: Aristóteles (384 - 322 a.C.) = "1ª tentativa" - animais: com sangue - sem sangue/úteis - nocivos; Teofrasto - Vegetais: úteis - nocivos/tamanho: árvores - arbustos - subarbustos - ervas.

Distinguiram-se assim as classificações filogènicas das classificações horizontais.

 

Classificações horizontais: classificações estáticas, que tinham em conta características estruturais e não tinham em conta o factor tempo. – Partiam do pressuposto da imutabilidade das espécies.

  • Classificações práticas: agrupam seres vivos de acordo com a sua utilidade para o Homem.

  • Classificações racionais: agrupam seres vivos de acordo com características.

  • Classificações artificiais: baseiam-se numa, ou em poucas características. Os grupos formados por elas são muito heterogéneos.

  • Classificações naturais: baseiam-se num grande número de características, que transmitem maior quantidade de informação que as classificações artificiais.

 

Classificações verticais/filogenéticas: agrupam seres vivos de acordo com o grau de parentesco entre eles. Têm em conta o factor tempo. Interpretam a semelhança de seres vivos como consequência da existência de um ancestral comum a partir do qual os grupos divergiram. 

 

O grande marco na classificação dos seres vivos deveu-se a Lineu, em 1758 (século XVIII). Esse naturalista sueco, apesar de acreditar no princípio da imutabilidade das espécies (fixismo) e de não ter dado ênfase às relações de parentesco evolutivo entre os seres vivos, desenvolveu um sistema de classificação utilizando categorias hierárquicas, que é adotado até hoje, embora com algumas modificações.

 

 

Diversidade de Critérios de Classificação

 

Vários critérios estão subjacentes à classificação dos seres vivos.

Inicialmente os sistemas de classificação baseavam-se sobretudo em critérios facilmente observáveis, como a morfologia externa dos seres vivos. Actualmente recorre-se a critérios mais complexos e que fornecem mais informações como a morfologia interna e a fisiologia. Estes devem ser usados com algum cuidado sobretudo em casos particulares em que ocorram por exemplo metamorfoses ou em que exista dimorfismo sexual. Alguns exemplos de critérios de classificação são:

 

  • Associado à morfologia, o critério da simetria corporal, tem sido muito utilizado. Os organismos podem apresentar simetria bilateral, simetria radial ou não ter simetria.

  • A Paleontologia é outro critério que permitiu conhecer grupos de seres vivos já exstintos e estabelecer relações de parentesco com outros grupos, extintos ou não.

  • O modo de nutrição é também um critério importante na classificação dos seres vivos, indicando também o tipo de interacções dos seres vivos nos ecossistemas. Existem dois processos de obtenção de matéria por parte dos produtores (heterotróficos): a ingestão (o alimento é digerido no interior do organismo) e a absorção (digestão extracorporal, por acção de enzimas lançadas pelo organismo para o exterior que decompõe os nutrientes complexos em moléculas mais simples).

  • A Embriologia consiste no estudo do desenvolvimento embrionário. É um critério de classificação útil, sobretudo nos animais.

  • A Cariologia consiste no estudo do cariótipo dos seres vivos.

  • A Etologia é o estudo do comportamento animal. As diferenças encontradas no comportamento de grupos semelhantes são úteis na sua classificação.

  • Os critérios bioquímicos são os dados mais recentes utilizados na classificação, através do estudo comparativo das biomoléculas, em especial as proteínas e os ácidos nucleicos.

  • A organização estrutural é outro critério importante. A diferença estrutural entre eucariontes e procariontes define os dois principais grandes grupos de seres vivos.

Taxonomia e Nomenclatura

 

Lineu é considerado o pai da Taxonomia. A Taxonomia é o ramo da Biologia que trata da classificação dos seres vivos e da nomenclatura dos grupos formados.

Com o desenvolvimento da Biologia Evolutiva surge a Sistemática, que se considera uma Biologia Comparativa incluindo a Biologia Evolutiva e a Taxonomia, para tentar compreender a história evolutiva dos seres vivos e as suas relações de parentesco.

Actualmente a hierarquia taxonómica inclui 7 categorias taxonómicas, designadas taxa (no singular: taxon).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Espécie é a unidade básica da classificação. Inclui um grupo de seres vivos que partilham o mesmo fundo genético, que se cruzam entre si e originam descendência fértil. Os indivíduos de uma espécie estão em isolamento reprodutivo em relação a outras. A espécie é um grupo natural. Quanto mais semelhantes são os seres vivos, maior o número de taxa comuns.

Lineu estipulou algumas regras na nomenclatura.

Imagem 14 - As 7 categorias taxonómicas. Visualizado a 08/02/2016 às 15:29 em http://blogdoenem.com.br/biologia-taxonomia-nomenclatura/. Atraves desta imagem conseguimos ver em que taxos pertence o Canis familiaris, vulgarmente chamado de cão.

Regras da nomenclatura

 

Os nomes são utilizados em latim ou numa versão latinizada da palavra ou palavras que se pretende utilizar.

 

Nomenclatura de espécie: Binominal 

Primeira palavra refere-se ao nome do género (inicial maiúscula);

Segunda palavra refere-se ao nome específico (inicial minúscula);

Deve ser escrito em itálico e/ou sublinhado.

 

Ex: Gato - Felis catus

 

Nomenclatura de subespécie: Trinominal

nome do género + nome específico + nome subespécie

 

Ex: Pinheiro negro turco - Pinus nigra camarica

 

Quando se quer citar uma espécie qualquer dentro de um género usa-se a terminação sp (o termo sp não vem em itálico nem sublinhado).

Ex: Polystira sp - significa: qualquer espécie do género Polystira

 

Quando se quer citar várias espécies dentro de um género usa-se a terminação spp (o termo spp não vem em itálico nem sublinhado).

Ex: Polystira spp - significa: várias espécies do género Polystira

 

A Sistemática Moderna (Séc. XIX)

 

Em 1859 Charles Darwin divulga sua teoria evolutiva. Segundo Darwin, a diversidade de seres vivos do planeta era resultado da evolução biológica das espécies. A partir disso, a Sistemática passa a se preocupar não só com a classificação e ordenação dos seres vivos, como também, se propõe a explicar os processos responsáveis pela diversidade da vida. Para Darwin, duas espécies que possuem um ancestral mais recente devem apresentar maior semelhança entre si do que se comparado a outras espécies cujo ancestral comum seja mais antigo. Árvores Filogenéticas (Cladogramas)- São diagramas que representam as relações de parentesco evolutivo entre as espécies.

Imagem 15 - Esquema de uma árvore filogenética visualizado a 08/02/2016 às 19:04 em http://slideplayer.com.br/slide/1705505/.

SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE WHITTAKER MODIFICADO

 

O agrupamento dos seres vivos em reinos, taxon de mais abrangente, tem variado ao longo da história. De acordo com Aristóteles, existiam dois reinos: vegetal e animal. Este sistema vigorou até meados do século XIX.

Haeckel propôs a existência de um terceiro reino – protista – incluindo fungos unicelulares, protozoários e bactérias.

Copeland tendo em conta as diferenças entre eucariontes e procariontes, incluiu os procariontes num grupo à parte, propondo a existência de quatro reinos: plantas, animais, protistas, monera.

Em 1968, Whittaker, propôs um sistema de classificação em cinco reinos, colocando os fungos num reino separado – reino Fungi. Passam a existir 5 Reinos: Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia.

Este sistema foi modificado pelo autor em 1979, introduzindo-lhe algumas alterações.

 

Imagem 16 - Evolução da organização dos seres vivos ao longo do tempo. Visualizado a 08/02/2016 às 19:15 em http://www.yesshare.com/nunocorreia/bg-11-sistema-de-classificao-de-whittaker-e-woese-16084728.

OUTROS SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO

 

Recentemente, novos dados levaram outros autores a propor novos sistemas de classificação.

Um desses sistemas, baseado no facto de existirem duas linhagens distintas de organismos procariontes, propõe que o Reino Monera seja extinto e substituído por dois novos Reinos: Archaeobacteria (ou Arqueobactérias) e Eubacteria (ou Eubactérias).

Outro sistema de classificação propõe a criação de uma nova categoria taxonómica, superior ao Reino, denominada Domínio. Assim, são propostos três domínios: Archaebacteria, Eubacteria (os dois constituídos por seres procariontes) e Eukariota (contendo todos os outros seres vivos).

 

Fontes bibliograficas:

Tema: Taxonomia, acedido no dia 08 de Fevereiro de 2016, pelas 18:34 horas em https://pt.wikipedia.org/wiki/Taxonomia

Tema: Critérios de classificação, acedido no dia 08 de Fevereiro de 2016, pelas 18:52  horas  em  http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Seresvivos/Ciencias/classifiseresvivos.php  

Tema: Lineu, acedido no dia 08 de Fevereiro de 2016, pelas 19:09  horas  em https://pt.wikipedia.org/wiki/Taxonomia_de_Lineu

Tema: Classificação de Whittaker, acedido no dia 08 de Fevereiro de 2016, pelas 19:14  horas  em http://simbiotica.org/reinos.htm

DNA
RNA
Alteração do material genético
Reprodução asexuada
Reprodução sexuada
Evolução Biológica
Critérios de Classificação

© 2023 por Você&A. Orgulhosamente criado por Wix.com

bottom of page